Soul – Em Soul, duas perguntas se destacam: Você já se perguntou de onde vêm sua paixão, seus sonhos e seus interesses? O que é que faz de você… Você? Joe Gardner é um professor de música do ensino médio que sempre sonhou em ser músico de jazz. Mas quando, finalmente, tem a chance de impressionar outros músicos durante um ensaio aberto, sofre um acidente que faz com que sua alma seja separada de seu corpo e transportada para um centro no qual as almas se desenvolvem e ganham paixões antes de serem enviadas para um recém-nascido. Joe deve trabalhar com 22, uma das almas em treinamento, que tem uma visão obscura da vida depois de ficar presa por anos no centro evitando seguir para a Terra.
Quem eu sou? Para onde vou? Por que estamos aqui? Estas e outras tantas perguntas nos acompanham (ou assombram) desde o princípio dos tempos. Embora respondê-las com palavras seja um desafio para a vida toda, variando conforme a individualidade de cada um, às vezes encontramos em uma imagem ou um som uma pista de como chegar mais perto de uma conclusão. O novo filme da Pixar Soul compreende essa curiosa relação entre a linguagem não-dita e as questões fundamentalmente humanas desde o seu título (em inglês, “soul” é tanto alma, quanto gênero musical). Ao narrar a história de Joe, um músico frustrado, e sua incansável busca para realizar seu sonho, a animação se aproveita disso para introduzir os dilemas da vida às crianças, mas sem deixar de lado o humor e a inventividade que são marca registrada do estúdio.
Em soul É importante dizer, porém, que a morte de Joe nos primeiros minutos de filme – isso não é um spoiler! – é de tamanho sarcasmo que não há como olhar para Soul como uma produção exclusivamente infantil. Mesmo com piadas bobinhas e a abundância de trocadilhos, a moral da história é, por essência, para todas as idades. Por isso, quando o músico está diante da tal luz no fim do túnel, literalmente um ponto branco em meio à escuridão, é inevitável sentir um misto de espanto e curiosidade, tenha você 5 ou 80 anos.