O Mar da Tranquilidade nunca é menos do que fascinante como história de mistério. Após um episódio introdutório talvez exageradamente longo, a série engata, nos ágeis sete capítulos seguintes, uma sequência impecável de obscurecimentos e revelações, permitindo que o espectador enxergue aos poucos a criação labiríntica da roteirista Park Eun-kyo (autora do filme Mother, de Bong Joon-ho). Com a ajuda de uma montagem que sabe como nos deixar na ponta da cadeira, a série mostra que não subestima a inteligência do espectador, confiando que somos capazes de manter as linhas narrativas de cada personagem em mente enquanto pulamos de uma para outra em momentos estratégicos, pensados para magnificar o suspense.
Isso porque os nossos “heróis” passam boa parte da história separados em grupos distintos, espalhados pela base lunar de Balhae, para onde são enviados a fim de recuperar uma amostra misteriosa do experimento científico que estava sendo conduzido por lá antes de um acidente de circunstâncias obscuras. Conforme a tripulação encontra adversidades e descobre detalhes sobre os tais experimentos e o tal acidente, destrinchamos também os seus passados, especialmente o do capitão Han (Gong Yoo, de Round 6) e o da Dra. Song (Bae Doona, de Sense8), e descobrimos que eles têm motivos diferentes para estar ali.