The Courier – Uma mensageira londrina descobre que seu último pacote é uma bomba de gás, apontada para a testemunha do assassinato de um lorde do crime.
Numa época em que Elizabeth Banks enfrenta o fracasso financeiro do reboot de Os Anjos de Charlie (2019) com desculpas esfarrapadas sobre o público masculino não ver filmes de acção estreladas por mulheres, há outros estúdios que colocam actrizes à frente de filmes de acção sem sequer o questionarem, seguindo o modelo da inclusão em vez do torpe feminismo de desafio. Olga Kurylenko, manequim que se tornou actriz e das únicas Bond Girls (Quantum of Solace, 2008) capazes de construir carreira na sétima arte depois deste começo indigno (se entendermos bond girl como eye candy), faz aqui de uma espécie de John McClane, inadvertidamente envolvida numa situação de sequestro e homicídio dentro de um arranha-céus ao qual a produção apenas alugou as garagens e a cobertura, ajudando a testemunha-chave de um processo-crime a sobreviver. Alicia Agneson tem um papel menor, mas é a líder de um grupo especial designado para proteger a testemunha. E é a filha do vilão quem organiza o plano para matar a testemunha. Em nenhuma parte do filme estas afirmam a sua superioridade baseada no género, mas são claramente superiores ao restante elenco.
Gary Oldman e Dermot Mulroney despacharam os seus papeis numa tarde e o segundo até saiu mais cedo. Amit Shah volta a ser o sidekick involuntário (Final Score, 2018). The Courier é um filme miserável em história, peripécias, interpretações e realização. Todas as carreiras envolvidas saem beliscadas. Kurylenko tem duas lutas mal coreografadas e pior montadas, tanto pode ser ela como uma dupla à frente das câmaras trepidantes; e uma breve cena em soutien que se esforça por filmar o tecto em vez da actriz. William Moseley, que trabalhou o físico para The Royals (2015), não tira a camisola.