Rise – Depois de emigrar da Nigéria para a Grécia, Vera e Charles Antetokounmpo lutaram para sobreviver e sustentar seus cinco filhos, vivendo sob a ameaça diária de deportação. Desesperados para obter a cidadania grega, eram prejudicados por um sistema que os impedia a cada tentativa, mas a visão, a determinação e a fé da família tiraram seus membros do anonimato para dar início às carreiras de três campeões da NBA.
Como bom brasileiro, torcedor, sou da opinião de que poucos acontecimentos envolvem e emocionam tanto quanto uma partida de futebol. Para um público educado desde a mais tenra infância a acompanhar jogos de futebol, tenho a impressão de que outros esportes, principalmente os mais populares nos Estados Unidos, como beisebol e futebol americano, nem sempre tocam nos mesmos pontos. Não empolga tanto. Claro que o fator cultural é fundamental aqui, mas acredito que ele não se manifesta apenas na relação que o torcedor desenvolve com seu time, seja ele do esporte ou do país que for.Tenho pra mim que quem é esportivamente alfabetizado pelo futebol tem certa resistência a esportes excessivamente burocráticos, travados. É que a fluidez do futebol faz com que tudo possa acontecer a qualquer minuto, algo que não sei se é verdade para esportes mais ‘metrificados’. Mas posso estar errado. Independentemente, há, para mim, um único esporte que pode se comparar, em níveis de emoção, ao futebol: o veloz e alucinante basquete.
Mas, enfim, indo além dessa comparação, existe uma coisa que une todos os esportes (ou a maioria deles), que é o fato de representarem, como a música, uma das poucas formas de ascensão econômica pra muita gente, por mais difícil que isso seja. Não me lembro quem foi que disse que, no Brasil da primeira metade do século XX, o futebol e o samba eram as únicas formas de um jovem periférico sair da pobreza. Não sei se isso se alterou tanto, e a realidade apresentada por Rise, dirigido pelo cineasta nigeriano Akin Omotoso e estreia da Disney+, dá uma reforçada nesse papel do esporte.