O Páramo – Na Espanha do século 19, a mãe Lucía (Inma Cuesta) e o garotinho Diego (Asier Flores) vivem no interior isolados do restante da sociedade. A vida de sua família é afetada quando um ser maligno se instala na propriedade.
A verdade está lá fora, diz a cultura pop, mas a experiência ensina que os demônios moram, mesmo, é dentro do homem. Em O Páramo, longa ficcional de estreia do diretor e roteirista espanhol David Casademunt, pouco é dito e menos ainda é mostrado – e, acredite, esse é um ponto positivo da produção. Afinal, não está naquilo exposto e escancarado, divulgado com antecedência, o perigo pelo qual se deve temer. Está, sim, no imprevisto, na surpresa, no que chega sem aviso ou alerta. Sabe-se, desde o começo, que há tensão no ar. Um temor que está distante, quase inalcançável. Mas, e se esse cenário mudar? Afinal, algo irá acontecer, pois de caso contrário nada haveria a ser dito. E quando, enfim, o esperado se manifesta, a resolução que se apresenta há muito foi revelada, porém somente aos mais perceptivos – os desatentos, esses, permanecerão no escuro. É esta aparente simplicidade que faz desse um conto merecedor de uma atenção especial.