Invocação do Mal 3: A Ordem do Demônio – revela uma história assustadora de terror, assassinato e um desconhecido mal que chocou até os experientes investigadores de atividades paranormais Ed (Patrick Wilson) e Lorraine Warren (Vera Farmiga). Um dos casos mais sensacionais de seus arquivos, começa com uma luta pela alma de um garoto, depois os leva para além de tudo o que já haviam visto antes, para marcar a primeira vez na história dos Estados Unidos que um suspeito de assassinato alega ter tido uma possessão demoníaca como defesa.
James Wan merece ser exaltado como um dos principais cineastas do horror blockbuster moderno. O australiano tem o toque de ouro para construir franquias divertidas, baratas de produzir e muito rentáveis na bilheteria. Ele também é conhecido por apenas comandar as primeiras etapas de suas criações, e depois delegar a função para outros colegas e colaboradores. Invocação do Mal foi um dos raros casos (ao lado de Sobrenatural) em que o diretor assinou o original e ainda voltou para a sequência. Mas agora, depois de cinco anos desde Invocação do Mal 2 e quatro derivados, a franquia retorna pela primeira vez sem James Wan na cadeira de direção para Invocação do Mal 3: A Ordem do Demônio. O resultado é um filme que busca ao máximo se diferenciar dos anteriores sem perder a identidade, mas abrindo mão de alguns elementos no processo de mudança.
A trama resgata Ed (Patrick Wilson) e Lorraine Warren (Vera Farmiga) para reinterpretar um dos casos reais mais conhecidos do casal: o julgamento de Arne Cheynne Johnson, o primeiro réu dos Estados Unidos a se defender da acusação de homicídio sob a alegação de possessão demoníaca. Para lidar com um caso delicado desses, a tradicional fórmula de casa assombrada dos antecessores é deixada de lado, e o longa coloca os protagonistas em uma verdadeira investigação policial para tentar reunir evidências palpáveis que justifiquem o ato horrendo cometido pelo rapaz de 19 anos. É aqui que o filme começa a se destacar do restante da franquia.
Ao abrir com uma cena de exorcismo, antes reservada para os momentos finais, o diretor Michael Chaves (A Maldição da Chorona) demonstra que quer encontrar sua própria voz neste universo. O que faz funcionar sua abordagem é o foco nos Warren. O casal conquista na química e também nos momentos de tensão, mas Invocação do Mal 3 deixa claro que o contato constante com o sobrenatural está cobrando um preço salgado dos dois, especialmente de Lorraine, que consegue transitar entre os diferentes planos da realidade. Aqui, os dois estão sob pressão inimaginável: lidar com um exorcismo que deu errado, encontrar formas de trabalhar mesmo sob o escrutínio do público e da imprensa, e também a ameaça de uma mestre satanista – a primeira vilã humana da saga. Entre conflitos internos e do além, a franquia abraça o tom de um episódio de Arquivo X, algo que a relação entre os protagonistas sempre sinalizou se encaixar perfeitamente.