Eu Te Amo Agora Morra – O Caso de Michelle Carter – Um olhar sobre o caso da adolescente Michelle Carter, que trocou mensagens com o namorado Conrad Roy, um adolescente depressivo, encorajando-o a prosseguir com os planos de suicídio. Pouco tempo depois, o garoto se matou. Com acesso exclusivo à família, amigos e outros afetados pelo caso, o documentário questiona se as ações de Carter também podem ser consideradas criminosas.
Na época, ele tinha 18 anos e ela, 17. O casal, que vivia em cidades diferentes nos Estados Unidos, manteve um relacionamento de cerca de dois anos com apenas cinco encontros nesse período. Dirigido por Erin Lee Carr, Eu Te Amo, Agora Morra acompanha o julgamento de Michelle Carter em tempo real e recria a história do jovem casal ao mergulhar no conteúdo de todas as mensagens de texto trocadas entre eles e também ao entrevistar vários membros da família de Conrad Roy. A família de Michelle não quis participar, mas o advogado que defendeu a garota é uma das principais fontes do documentário.
Por que as pessoas se matam? O questionamento é comum após um suicídio, partindo de uma argumentação puramente racional sobre o caráter desnecessário da morte precoce (“Mas ele ainda tinha tanta vida pela frente!”, “Mas ela podia dar a volta por cima” etc.) para refletir sobre algo que vai muito além da razão. É tentador encontrar um culpado único de modo a isentar um grupo social de responsabilidade, impedindo portanto a nossa identificação com um suicida: assim, Heath Ledger teria se matado porque enlouqueceu durante o processo de composição do Coringa, Vincent Van Gogh teria tirado a própria vida pelo fracasso da carreira. Ou seja, foram circunstâncias alheias à nossa realidade, portanto não temos nada a ver com isso. Seria mais incômodo sugerir que a sociedade cria estímulos à depressão e outras patologias, e que fenômenos contemporâneos como as redes sociais contribuem muito à sensa…