Dash & Lily – O cético Dash (Austin Abrams) e a otimista Lily (Midori Francis) trocam recados e desafios em um caderno que deixam em pontos da cidade de Nova York. Com essa relação, um romance inesperado começa a surgir na época de Natal.
Como parte da longa programação de Natal iniciada em novembro, a Netflix lançou Dash & Lily como mais uma série sobre as celebrações desta época do ano. A produção chegou ao catálogo de modo tímido e há muitas razões para considerar Dash & Lily uma boa opção de entretenimento. A produção-executiva de um dos Jonas Brothers e o nome de David Levithan nos créditos de adaptação já seriam o bastante para chegar ao radar midiático. Mas Dash & Lily é, acima de tudo, uma série sensível, divertida e confortável, do jeitinho que o público tanto anseia nesses tempos de atribulação.
Esse é um traço comum à obra de David Levithan. O escritor tem uma longa carreira junto ao público adolescente, mas seu diferencial está nos registros conceituais de suas histórias. O mundo adolescente de Levithan é complexo, sensível, sagaz e minimalista. Ou seja, nada de grandes eventos, festas, viradas rocambolescas e gente rica e linda passeando pela cidade. Os párias sempre lhe atraíram mais. Dele são os ótimos Will & Will, sobre a amizade entre um jovem gay e outro hétero, que compartilham do mesmo nome; e Todo Dia, que apesar da adaptação cinematográfica medíocre é uma originalíssima história sobre uma consciência adolescente que acorda todos os dias em um corpo diferente.